Ontem, dia 12 de setembro de 2011, ocorreu um ato de protesto realizado, inicialmente, por estudantes de São Lázaro (FFCH), sendo incorporado, ao longo do percurso, por estudantes dos Campi de Ondina e do Canela. Mais de 400 estudantes da UFBA, nessa segunda-feira, reuniram-se para protestar em relação à atual e precária condição universitária em que vivem. As reivindicações são generalizadas e comuns entre muitos cursos da universidade.
Entre as questões levantadas pelos estudantes estão a falta de professores; salas de aula lotadas; falta de segurança; necessidade de novas unidades do Restaurante Universitário; acervo bibliotecário insuficiente; falta de equipamentos para os laboratórios, etc. Em suma, questões que envolvem infraestrutura básica e assistência estudantil.
Assim como na UFBA, estudantes de Universidades Federais pelo Brasil se mobilizam por melhores condições de estudo e assistência estudantil digna. Recentemente a UFPR e a UNIFESP entraram em greve geral, além dos Institutos Federais da Bahia, antigos CEFETs. Reitorias da UFPR, IFBAs, UFSC, UEM, UFF, UFES, UFS e UFAL foram ocupadas.
Esse ascenso dos estudantes se deve à atual realidade da expansão universitária que a UFBA e as universidades federais de todo o país vivem. A necessidade de se expandir o ensino superior público e as vagas, possibilitando maior acesso à população, é legítima e necessária. No entanto, tal expansão deve ser realizada com responsabilidade, pois esta não deve ocorrer em detrimento da qualidade.
Por todo Brasil, a semelhança nas pautas específicas é impressionante. Tratam-se de problemas acumulados nas universidades desde a expansão de vagas, que se iniciou em 2007. Depois do aumento do número de alunos, as deficiências da assistência estudantil agravaram-se muito; e hoje faltam vagas nas moradias, refeições nos restaurantes universitários, poucas bolsas e valores muito baixos.
Créditos: A Tarde Online
A expansão universitária promovida pelo governo federal através do decreto do REUNI (programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) está sendo feita de forma irresponsável. O aumento de vagas não tem sido proporcional às verbas destinadas às universidades. É fundamental que se aumente o índice de jovens nas universidades, que não passa dos míseros 14%. No entanto, o que é inaceitável é empurrar uma condição de ensino precária, com falta de estrutura e professores, sem a garantia da permanência estudantil.
O movimento dos estudantes da UFBA esboçou, diante de todas as realidades específicas, uma pauta unitária, que é a mobilização pela destinação dos 10% do PIB para educação. Também foi decidido que, durante a próxima semana, serão realizados espaços de discussão em São Lázaro, Ondina e Canela.
Diretórios e Centros Acadêmicos de vários cursos, por ora, reúnem-se para viabilizar esses espaços de discussão na universidade. O CARB, tendo o entendimento da importância de se fazer valer a voz dos estudantes de Direito, manifestou-se a favor da criação do Fórum do Canela, no qual toda a discussão poderá ser realizada.
Rafael Guimarães
Diretor de Relações Institucionais - CARB
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